segunda-feira, 23 de abril de 2012

A sua maneira.


Rosas e vinho tinto derramados pelo chão.
Lençóis de cetim, perfeitamente amassados.
Seus cabelos escuros, enrolados nos nós dos dedos dele.
Sua face ruborizada, contrastando com os vermelhos arranhões no peito que ele carregava.
Sua respiração exasperada pontuava o sonho que ela havia tido enquanto ainda estava acordada.
Oh, aquilo era certamente tão errado, que uma inocente culpa lhes brotava o peito.
Um rock pesado tocava repetidamente no rádio, quase que no ritmo de seus corações.
A imaculada imagem de seus corpos nus sobre o lençol complementava o doce pecado que haviam experimentado há alguns minutos atrás.
O perfume dele estava nela, em cada pedaço de seu corpo, marcando-a de seu exterior até sua intimidade, e os sulcos dele dentro dela gritavam claramente: Ela é sua, lhe pertence.
Ele, sempre tão calado, discutia mentalmente como poderia ter deixado que chegassem até aquele ponto. Ela, que nunca se calara, desfrutava do total silêncio em sua paz interior.
Ambos, tão distantes e tão diferentes, haviam se desejado com cada centímetro de seu ser.
Sós e tão vazios, juntos e tão completos.
Uma verdadeira batalha travada entre mente, libido e coração.
Fazer amor não estava nos planos. Mas quando até o prazer mais catártico da carne se revela. Como poderia alguém resistir?
Ela inconscientemente, se apertou mais contra o peito dele, como se o impedisse de sumir.
Ele emanado de uma alegria tão triste, apertou mais os nós contra seus cabelos, beijou sua fronte enquanto repetia em um mantra quase que inaudível: Estou aqui, por essa noite. Estou aqui.

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