terça-feira, 9 de novembro de 2010

Pensamentos.

Mais participações especiais aqui no blog.
Dessa vez um texto maravilhoso de um escritor e músico que eu sou extremamente fã. De um amigo absolutamente incrível, que eu amo demais :]



E simplesmente em uma noite nos deparamos com as nossas vitórias que se perderam no tempo. E tudo o que restam são os sonhos daquilo que não importa mais. Sentamos em nossas camas com um pedaço de papel e uma caneta preta, mas quanto mais pensamos e sentimos, mas as palavras ficam presas dentro do tubo de tinta. Ouvimos músicas que nos definem como se nós próprios as tivéssemos escrito, mas quão desagradável surpresa é ouvir a nossa voz desafinando ao tentar reproduzi-las. Talvez seja uma metáfora, ou uma analogia, de que não conseguimos reproduzir aquilo que vivemos, que nossas próprias vidas estão fora do nosso alcance. Talvez devêssemos parar tudo, colocar uma música que se adéqüe ao nosso timbre e tom de voz, e quem sabe a vida fique mais agradável. Frustrações rodam as nossas vidas quando percebemos que aquilo que podemos não é aquilo o que queremos, e que quando queremos algo, provavelmente o tempo de tê-lo já se foi, correndo como um rio desenfreado que sabe-se lá onde vai parar.
E mesmo assim continuamos, nessa aventura contida, nesses risos e choros, idas e vindas, e voltas, revoltas e acasos – tudo numa revolução de tempo e espaço que ocorre em nossa mente e em nossos corações. Vivemos pois não sabemos do fim. A frustração que tive ontem não existe mais hoje, e se a que eu tenho hoje não exista mais amanhã? Como sabê-lo? Todas as noites são seguidas por uma manhã, e as tempestades não duram pra sempre. Nossas vozes mudam com a idade, e nossos gostos musicais também. Erramos tudo, com a certeza de que erraríamos novamente se tivéssemos a chance. Viramos mestres na arte de frustrar nossas próprias frustrações. E simplesmente em uma noite envelhecemos, e nos deparamos conosco, e nossas rugas e marcas pelo rosto. E pensamos que os sonhos que ficaram no fim poderiam ter-se realizado, mas que no fim, aquilo que nos foi reservado, foi melhor que do que qualquer devaneio.
(Doug Cettina)

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